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Pesquisadores paranaenses querem transformar cabelo humano em adubo

Alta concentração de nutrientes e alternativa para descarte chamaram a atenção de cabeleireira e mestranda de Assis Chateaubriand, na região oeste do Paran...

Pesquisadores paranaenses querem transformar cabelo humano em adubo
Pesquisadores paranaenses querem transformar cabelo humano em adubo (Foto: Reprodução)

Alta concentração de nutrientes e alternativa para descarte chamaram a atenção de cabeleireira e mestranda de Assis Chateaubriand, na região oeste do Paraná. Pesquisadores paranaenses querem transformar cabelo humano em adubo Carbono, nitrogênio e enxofre são elementos facilmente encontrados em fertilizantes. Mas eles também estão presentes em um material orgânico menos óbvio: o cabelo humano. ✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp ✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram Fios e tufos, que normalmente são descartados em salões de beleza, podem, em breve, se tornar matéria-prima de adubos comerciais – é o que busca um grupo de pesquisadores de Assis Chateaubriand, cidade da região oeste do Paraná. A ideia nasceu no salão da cabeleireira e mestranda em ciências ambientais Gabriela Martines Gimenes. “Acaba sendo um fator poluente para o meio ambiente”, ela diz. “Por que não buscar uma alternativa para esse resíduo?” , diz ela. Ao começar o mestrado, Gabriela resolveu levar os restos de cabelo do salão para o laboratório de pesquisa da universidade. Estudando os componentes, descobriu nos fios um adubo potente. “São componentes orgânicos, naturais e que interagem melhor com a planta,” ela diz. Para se tornar fertilizante, o cabelo passa por um processo simples. É lavado com detergente, secado ao sol, cortado com tesoura e, depois, com a máquina, para ficar bem fino, quase um pó. Em seguida, é misturado com a terra para o plantio. Gabriela é estudante da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e realiza a pesquisa em parceria com uma universidade de Assis Chateaubriand, onde ela mora, com auxílio dos professores Bruno Cosmo e Deysiane Salvador. Pesquisadores paranaenses querem transformar cabelo humano em adubo Reprodução No laboratório, o trio organiza todos os testes. Eles separam e pesam os materiais usados no trabalho, aplicado na estufa da instituição. Ali, o desempenho do cabelo está sendo comparado com a ureia e com a terra sem nenhum fertilizante. A pesquisa, que começou há dois anos, já está colhendo os primeiros resultados. Uma amostra de três rabanetes foi medida e mostrou que a planta cultivada com cabelo ficou cerca de 11 centímetros maior do que a outra cultivada apenas com terra – desempenho similar ao cultivo com ureia. O próximo passo é testar se o cabelo é seguro para uso na produção de alimentos. Uma versão líquida de fertilizante feito com cabelo também deve ser testada no laboratório - o que permitiria a aplicação em larga escala, como, por exemplo, em lavouras. “Já tenho planos para transformar em produto”, ela diz. Vídeos mais assistidos: